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Por que não falamos do vazio?

  • Foto do escritor: Lucas Ramos
    Lucas Ramos
  • 31 de out. de 2017
  • 3 min de leitura

Quem é você? Quem somos nós? Na verdade, Do que importa?


Buscar o sentido da vida é um ato instintivo, é algo presente em todos nós, por alguma razão sentimos a necessidade de buscar uma explicação para as coisas, e não é diferente com a vida.


Porém quando essa indagação se mostra impotente e conclusivamente incapaz somos levados à um abismo, um sentimento, no qual desabamos em uma especie de tristeza existencial, indagando qual a importância das coisas quando não existe sentido em nada, esse sentimento de que a vida carece de sentido é por sua vez denominado "vazio existencial".


O sentido é o antagonista da vida, pois se a razão da vida é buscar o sentido da mesma, a vida com um sentido não é uma vida.

Negar que haja uma resolução para tal questionamento, ou mesmo, aceitar que não haja realmente sentido algum na vida é muitas vezes alvo de um certo preconceito, sendo comparado à depressão. E o ceticismo advindo de tal pensamento é tomado como algo problemático pela sociedade, como uma forma de mecanismo de defesa, pois a indagação ameaça o social.


Somos engrenagens de uma grande máquina social, vivendo para manter vivo aquilo que nos escraviza, escravos da própria vida, há tempos esquecida, se adequando ao modelo que ela nos impõe, dessa forma, falar sobre a tamanha insignificância deste meio e de suas coisas é um ato reprimido e condenado, pois para a máquina não seria vantajoso se a engrenagem se perguntasse por que está rodando.


Mas o que permeia esse vazio de uma existência medíocre e irrelevante?


Estaria sendo presunçoso se declarasse compreender verdadeiramente ou completamente tal sentimento, o fato é que assim como ninguém compreende realmente a razão da vida, também não compreendemos o porquê dela ser destituída de algum principio que dê a ela um objetivo, uma razão.


O conceito aqui abordado por sua vez é decorrente do mundo social que construímos, os animais não buscam o sentido da vida, eles apenas vivem, este questionamento é advindo do intelecto humano que necessita negar o fato de que tudo pode ser uma série de acontecimentos aleatórios, de que os papéis que ocupamos na sociedade são de alguma forma insubstituíveis, é algo natural, possuímos uma autoestima, e dessa forma, não admitimos nossa insignificância perante o universo.


A aceitação do vazio existencial remeteria à depressão? Não necessariamente, esta melancolia não é dotada de uma sentimento de tristeza negativa, mas sim de crescimento interior, tudo depende de como você lida com ele, estaria então mais atrelado ao ato de desprendimento dos dogmas e convenções sociais, comportamentos e pensamentos prejudiciais que assimilamos para nos adequar ao nosso "papel na sociedade", o individuo passa a questionar o porquê de fazer coisas das quais não gosta ou concorda já que a vida é desprovida de sentido.


"Ninguém existe de propósito, ninguém pertence a algum lugar, todo mundo vai morrer" - Rick and Morty S01E08


Com isso ninguém pode te dizer como sua vida tem que ser, o que você deve fazer e como deve se portar, pois ninguém tem um destino. A maneira como você vive não tem importância, exceto para ti mesmo, porque ninguém é especial e em uma vida sem sentido quem cria o propósito é você mesmo.


Ao admitirmos isto deixamos de ser marionetes, cortando nossas cordas tomamos as rédeas de nossas próprias vidas e pensamentos, deixamos de apenas existir.


A única certeza que podemos ter na vida é de que um dia iremos morrer, e depois disso apenas restarão nossos restos, sejam eles mortais ou os trabalhos que produzimos ao longo dela.

A vida ou a existência não possui importância, somos nós mesmos que damos importância à elas.


Se tudo é insignificante, se tudo é sem sentindo, não superestime o que não te beneficia, o que os outros dizem, é você quem cria a importância das coisas na vida, é uma ato social, então classifique cada coisa com o valor que ela merece, não para um grupo ou para alguém, mas sim para você.


A vida é muito curta e nós muito insignificantes perante o universo, somos um piscar de olhos, um grão de areia, num mar desimportante, vagando sem sentido pelo espaço.


Ninguém importa, mas você pode se importar.

Por fim gostaria de recomendar dois vídeos que tratam sobre o assunto que tentei abordar, tratando também de séries recorrentes e que têm sido foco de muito questionamento, mas assim como tudo, não superestime elas, pois, realmente, nada importa.



Quadro em Branco - Rick and Morty | Übermensch e o Vazio Existencial

Ludoviajante - BoJack Horseman: Abraçando o Vazio Existencial

Se quiser se aprofundar mais no conceito de que a vida não tem sentido, recomendaria estudar as obras de Friedrich Nietzsche e o Niilismo, vertentes filosóficas citadas no vídeo como existencialismo também seriam interessantes.





 
 
 

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